sábado, 21 de abril de 2012


Marley & Eu

Marley & Eu é um incrível livro, escrito por John Grogan, que fala sobre uma família em formação e seu incorrígivel cão, Marley um grande labrador. Como diz o prefácio do livro, Grogan tocou os corações das pessoas com esse livro, com essa história que emociona sempre que lembramos dela.
     A história começa quando John se casa com Jenny e eles começam a sua vida juntos.Sempre desejando ter filhos, eles decidem ter um cãozinho, pois assim "aprenderiam"  a tomar conta de algo que tivesse vida. Eles vão até um canil e escolhem o labrador mais desengonçado, mas que também era o mais fofinho.
    Ainda não sabiam exatamente o nome que cãozinho teria, mas tinham algumas ideias. Certa vez, ouvindo músicas, John acha que o nome ideal para o novo amigo seria Marley, em homenagem ao sucesso do cantor Bob Marley. Marley era considerado o pior cão do mundo pelos seus donos e por quem o conhecia. "Com muitos colchões mastigados, poltronas mordidas, mesas quebradas; mas também com muito carinho, devoção e alegria."
    Marley não faz parte apenas da vida de Grogan e sua família, mas da vida de muitas outras pessoas que leram o livro e viveram cada palavra juntos, imaginando, viajando, rindo e ... chorando.
    Mas como sempre, os anos  passam e as pessoas e os animais envelhecem, pois nada dura para sempre. Já tendo três filhos, Grogan e a família começam a perceber que Marley estava ficando velho, quase não conseguindo subir as escadas da casa. Até que certo dia, Marley sai de casa e John o encontra deitado próximo a árvores e vê que ele não estava sentido-se bem. Leva-o à uma veterinária que o disse que Marley teve uma dilatação no estômago, por comer e beber muito rápido, e o advertiu que se isso acontecesse outra vez, teria que ser feita uma cirurgia ou ele não sobreveveria.
    Marley foi pra casa e todos tinham que ter cuidado com o grande amigo, pois havia risco de morte e ninguém queria que o seu grande labrador, mesmo destruindo tudo o que via pela frente, partisse.
     Mas o pior aconteceu, Marley teve outra dilatação, então a veterinária perguntou à John se ele queria que fosse realizada a cirurgia, mas disse que as chances de ele sobreviver eram mínimas, devido a sua idade avançada. John ficou sem saber o que fazer, a cirurgia ou fazer uma injeção para que ele descançasse em paz. A cirurgia só iria fazê-lo sofrer. Grogan optou pela injeção, Marley já havia sofrido muito com a dor da dilatação, não merecia passar pela cirurgia.
     A veterinária deixou John alguns minutos sozinho com Marley, para se despedir, isso foi muito triste tanto para John, quanto para Jenny e os filhos, que estavam em casa esperando notícias do grande amigo. John decidiu trazer o corpo de Marley para casa, para uma real despedida. Os três filhos haviam feito desenhos de Marley, homenagens, etc. Era um adeus ao cão que mudou a vida deles, que cresceu junto com eles, que acompanhou a família durante 13 anos, à um cão que lhes ensinou o que realmente importa na vida, Marley





"Um cão não precisa de carrões, casas grandes ou roupas de marca ...
Um graveto está ótimo para ele.
Um cão não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro ...
Dê seu coração para ele e ele lhe dará o dele ...
De quantas pessoas você pode dizer isso?
Quantas pessoas fazem você se sentir puro, único e especial?
Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"

Marley & Eu


Em Memória Deles

Há alguns episódios em nossa vida que nos ficam marcados profundamente e eternamente. E nós não podemos escolher que tipo de fato ficará em nossa memória, se serão os fatos bons, engraçados ou os ruins, tristes. O fato que contarei a seguir é algo que me marcou muito, mas eu não sei se é bom relembrá-lo ou não, pois... não sei como falar... ao relembrá-lo lembro coisas tão boas mas o fato, em si, não é bom.
13 de agosto de 2010. Um dia aparentemente normal. Porém nublado, com momentos de chuva(eu odeio dias chuvosos). Como todas as manhãs, levantei-me e fui para a escola, minha mãe foi trabalhar e o meu pai e meu irmão ficaram em casa. Mas eu não imaginava o que aconteceria naquele dia, naquela sexta-feira. Na escola foi tudo “normal”, com temas, trabalhos e provas, sem nada diferente ter ocorrido... ainda.
Voltando para casa, quando eu desci do ônibus, meus cachorros foram me receber, como sempre, tão alegres, que pulavam, e queriam brincar. Chegando em casa, eu preparei a comida e eu e meu irmão almoçamos, normalmente. Depois, eu o levaria para a escola e voltaria para casa, para fazer os temas, fazer uma faxina e por último, brincar com os meus queridos amigos, Bob e Guri, alguns de meus cachorros.
Ao terminarmos de almoçar, eu e meu irmão saímos, e não vimos nem o Bob, nem o Guri e nem os outros cães, incluindo a mãe dos dois pequenos. A história de como o Bob e o Guri apareceram em minha vida daria outra crônica, porém mais engraçada. Mas vou tentar resumi-la: num dia quente de verão, sim, lembro-me, 28 de janeiro desse mesmo ano, eu estava na lavoura de meu pai e vi um cachorro, ou o que pelo menos eu achava que era um cachorro, mas me surpreendi ao perceber que não era um cachorro, e sim uma cadela, muito dócil e que me seguiu a manhã inteira. Quando meu pai à viu disse-me que ela estava prestes a dar a luz a filhotes. Mesmo não querendo mais cães por já termos muitos, nossa família resolveu ficar com ela, pois alguém já tinha sido muito mau com ela, jogar uma cadela fora, apenas por ela estar prenha? Somente o ser humano para fazer uma brutalidade dessas! E nós, não faríamos o mesmo. Não muito tempo depois, no dia 11 de fevereiro de 2010, a nossa cadela dá a luz à cinco cachorrinhos e uma cadelinha, muito fofinhos. Ficamos desconfiados de que os cachorrinhos fossem filhos de um outro cachorro nosso, mas não sabemos se é verdade. Dos seis, ficamos apenas com dois, os outros foram doados. Nós ficamos com um que era idêntico à mãe, o Bob, e o outro idêntico ao pai (se o nosso cachorro fosse o pai), o Guri.
Caminhando em direção à escola de meu irmão, não sei por qual motivo, eu olhei para trás e vi o Bob entrando no nosso quintal, que fica junto a casa e disse para o meu irmão:
- Olha, Júnior, o Bob chegou!
Sempre que eu levava meu irmão para a escola, eu aguardava até a professora chegar, por uma questão de segurança, não somente do meu irmão, mas como de todos os alunos. Mas naquela sexta-feira a professora estava demorando muito, só podia ter acontecido alguma coisa. Interrompendo esse meu pensamento, uma vizinha chegou e me disse que a professora havia lhe ligado e dito que o pneu da sua moto furou e que perguntou se eu poderia ficar com os alunos enquanto ela não chegava. Eu tinha muitas tarefas para fazer em casa, mas sendo eu uma ex-aluna daquela escola, resolvi fazer esse favor. Fizemos brincadeiras, assistimos TV, desenhamos no quadro, e outras coisas. Até que a professora chegou. Ela me agradeceu e eu fui para casa.
Chegando em casa, já sendo umas 3 horas da tarde, não vi nenhum cachorro em casa, não estranhei, pois às vezes, eles saiam para dar um ‘passeio’ ou estavam em minha avó. Meu pai estava se aprontando para ir à cidade, fazer os negócios semanais, e aproveitar e buscar a minha mãe no seu trabalho. Logo depois que ele saiu, eu comecei a fazer aquela faxina em casa. Uns cinco minutos depois, meu pai voltou, angustiado:
- Patrícia, você viu o Guri e o Bob hoje?
Eu já assustada, respondi:
- Eu vi o Bob ao meio-dia. Mas o Guri eu não vi.
- Você não viu se alguém veio aqui hoje à tarde?
- Não, por que?
- O Guri está morto na porteira, próxima da estrada.
Morto? Eu não podia acreditar. Comecei a chorar, chorar muito. Como estou fazendo agora, ao relembrar essa história.
Meu pai logo me disse para procurar o Bob e amarrá-lo, pois ele achava que o Guri havia morrido envenenado e com certeza ainda havia vestígios do veneno próximo do local onde meu pai encontrou o cão. Mas já era tarde demais, o Bob não estava mais em casa, logo pensamos no pior: ele já havia comido o veneno também. Os cachorros grandes já sabem reconhecer o veneno, mesmo que este seja dado aos cachorros junto com alimento, como feito com o meu Guri, mas os pequenos como o Bob e o Guri, coitadinhos, tão pequeninos, não souberam reconhecer.
Meu pai não iria deixar o Guri lá, próximo da estrada. Ele iria trazê-lo e enterrá-lo, pelo menos isso. Ao trazer o Guri, meu pai o pôs num canto isolado, uma espécie de uma gaiola. Disse-me que era melhor não chegar perto ou tocar nele, pois o veneno ainda poderia agir contra mim. Meu pai ainda tinha que ir para a cidade, então foi.
Eu larguei tudo e, com uma corda nas mãos, fui em busca do Bob, e mesmo sabendo que eu não o acharia ou que o acharia morto, eu dizia para mim mesma que eu o encontraria, vivo. Caminhei muito, apesar do chuvisqueiro que molhava o meu rosto, não parei, um instante de procurá-lo. Fui até as lavouras, onde encontrei minha avó, que não sabia de nada ainda e que, ao lhe contar, ficou perplexa e disse que não havia visto o Bob desde o meio-dia.
Sempre desabando-me em lágrimas, lágrimas que apenas eu podia ouvir e sentir, continuei procurando, fui na casa de meus avôs e nada. Como ao redor de minha casa há bastante matagal, seria bem complicado encontrar o Bob, ainda mais se ele estivesse morto. Fiquei procurando o Bob a tarde toda, e não encontrei nada.
Ao voltar para casa, decepcionada e muito triste, não resisti e fui ver o Guri, ele estava com a boca cheia de espuma, consequência do veneno ingerido, voltei a chorar novamente ao vê-lo.
Quando o meu irmão chegou da escola, tratei de não contar nada para ele, apenas dizer que o Bob e o Guri haviam saído e ainda não tinham voltado, como já havia acontecido com outros cachorros nossos. Ele acreditou, e não abalou-se muito, não tanto quanto eu (e eu sou mais velha que ele!). Quando o meu pai e a minha mãe chegaram, eu contei tudo para a minha mãe, a única que ainda não sabia de nada. A cada hora que passava, eu ficava mais angustiada, pois o Bob não aparecia.
À noite, fiquei sabendo de outra tragédia ocorrida naquela sexta-feira: a gatinha da minha avó, bem pequenina também, havia morrido, e envenenada. Naquela noite, quase não dormi, pensando no dia seguinte e no Bob. A dor da perda desses dois, começou a diminuir, conforme passavam-se os dias, mas o corpo de Bob não foi encontrado.
Alguns dias depois, fazendo uma faxina no galpão e embaixo dele também, à procura de uns canos para o nosso forno de fumo, meu pai encontrou uma coisa estranha, que ele não sabia descrever bem, pois estava longe dele, ao se aproximar do estranho, ele leva um grande susto: era o Bob, ele havia conseguido chegar em casa, mas o Guri não. O Bob morreu em casa, embaixo do galpão, um lugar que eu havia olhado quando procurei-o, naquela tarde. Naquele momento, senti-me culpada.
Uma semana depois do dia 13, no domingo, um outro cachorro que eu gosto muito foi envenenado, mas desta vez, nós conseguimos salvá-lo, pois meu pai ligou para um veterinário e ele trouxe injeções e remédios. E nós vimos quando ele chegou, babando e com as pernas trêmulas. Ver isso acelerou o processo para salvá-lo. O Lulu, o cachorro desta vez envenenado, ficou muito mal e quase morreu, mas nós cuidamos muito bem dele, então se salvou e está até hoje comigo.
Depois de todas essas coisas ruins que aconteceram, com os nossos animais, eu fiquei me perguntando, sem obter nenhuma resposta: “Por que alguém dá veneno para um cachorro morrer?” É alguém que não tem coração, disso eu tenho certeza. Isso me provou que o ser humano é capaz de fazer tudo, tudo o que quer, tanta maldade, tanta violência...
Sentimo-nos culpados por não ter amarrado todos os cães, para que eles não saíssem. Mas ver eles amarrados é muito triste, todos querem ser livres e os cachorros também, mas há certos cães que vão à casa dos vizinhos e os vizinhos não gostam disso, talvez foi por isso que deram veneno para os meus cachorros, que saíam de vez em quando. Mas nada justifica o que essa pessoa fez com eles. Eles tinham cinco meses, apenas cinco meses, tinham toda a sua vida pela frente, mas não, alguém tem que vir e acabar com tudo.
É muito difícil falar sobre algo de mal que aconteceu com alguma coisa, ou alguém que você gosta. Como para mim, eu gosto muito de cachorros, são meus grandes amigos, mas eu quis escrever sobre eles porque eu queria ver como ficaria esta história no papel. Eu não costumo guardar datas na cabeça, apenas de coisas muito boas ou de coisas muito ruins, e essa foi um acontecimento ruim em minha vida, um acontecimento que eu acredito que eu não vou esquecer e se esquecer, terei estas palavras para lembrar-me. Eu escolhi falar sobre isso porque, também, foi algo bem recente e que foi muito chocante. Você ver o seu cachorro e algumas horas depois vê-lo morto, é muito doloroso. A maioria das pessoas não pensa assim, talvez me achem uma boba, mas para mim é muito importante e marcante.
Mesmo chorando para escrever várias partes do texto, eu escrevi porque eu queria lembrar deles, e parece que, ao escrever, eu me reaproximei dos meus cachorros.
Dedico esta crônica em memória de vocês... 

Bob e Guri.

É Proibido


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.



Pablo Neruda

O MEU SEGREDO DOS COSTUMES


Eu tenho um segredo.
Quer que eu lhe conte? Mas que pergunta mais besta! É claro que você quer saber o meu segredo, pois todas as pessoas querem saber os segredos umas das outras. É por este motivo que o mundo está do jeito que está: todos se metem na vida de todos.
A gente (inclusive eu) se acostuma a fazer um verdadeiro “interrogatório” aos nossos amigos, pessoas próximas e até outras pessoas, que ao menos devíamos conhecer para fazer as perguntas, mas, não conhecemos. Perguntamos coisas como: Qual é o seu salário? Qual é a sua idade? Quantos filhos você tem? Onde você mora? E uma porção extragrande de outras perguntas. 
Mas se eu lhe contar o meu segredo você não conta para ninguém?
Sabe o porquê da pergunta acima? Fiz-lhe essa pergunta porque as pessoas têm a tendência de se acostumar a ouvir o segredo das outras pessoas e depois sair contando-o para outras e outras pessoas, e essas outras pessoas contam para umas outras e outras pessoas, e assim sucessivamente.
Mas vou contá-lo para você, você é de minha confiança. Mas antes quero esclarecer-lhe algumas coisas sobre o meu segredo. Uma parte desse segredo não é só em relação a mim. Como assim? É em relação a todas as pessoas que talvez, tenham a mesma idade que eu, ou talvez não. Outra parte dele é somente relacionada a mim mesma.
Agora, finalmente, vou lhe contar o meu segredo. Começarei contando a parte que se relaciona a mim e, talvez a você também. Depois, partirei para a parte que eu acho que relaciona-se apenas a mim. Fique tranquilo, eu sei que você terá a capacidade de distinguir à qual dessas duas partes o que eu lhe contarei pertence.
Bem, você já pensou e refletiu sobre as coisas que nos acostumamos a ter, a ver, a sentir, a falar, a pensar, a fazer, etc., em toda a nossa, de certo modo, curta vida? Pois é, eu me acostumei a muitas coisas, que não deveria, de jeito nenhum, ter me acostumado.
Eu me acostumei a ler livros quando estou deitada na cama. Mas o que tem de mal nesse costume? Aparentemente nada, mas pensando bem, deitamos na cama para ler um livro, onde, provavelmente, iremos bocejar e logo dormir com o livro nas mãos. O ruim dessa história é que nós sabemos disso, mas não tomamos uma atitude para mudar. Se pretendemos realmente ler, e não dormir, temos que ir para um local claro, tranquilo e onde possamos sentar, e não deitar.
Eu me acostumei a sempre planejar o dia de amanhã. Sou, então, uma pessoa muito ansiosa. Quando deito na cama não consigo dormir por cerca de trinta minutos, porque fico pensando se fiz tudo o que tinha para fazer no dia todo e o que tenho que fazer no dia seguinte, e assim perco o tempo a mais que eu poderia dormir, esse costume não me permite dormir o tempo a mais que eu poderia.
Deixei de fazer receitas em casa, bolos, doces e salgados, e me acostumei a comprar tudo pronto, com todos os conservantes que os fabricantes colocam, com todo o preço que tenho que pagar pelo que compro pronto e com a distância que tenho que me locomover até a cidade para adquirir os alimentos prontos.
Eu também me acostumei a dormir até muito tarde nos dias em que não tenho que ir para a escola. Isso acontece porque tenho (e outras pessoas também têm) de levantar muito cedo durante os dias que tenho aula (durante a semana). Acabo não podendo ver os raios do sol bem claros, depois de logo ter nascido e não podendo aproveitar bem o dia, não vivê-lo do modo que ele deveria ser vivido.
Muitas pessoas, sendo uma delas eu, se acostumam a gastar muito mais do que poderiam. Mas gastam, gastam inconscientemente. Quando gastam inconscientemente se acostumam a fazer prestações, onde podem dividir o valor gasto em mensalidades bem menores e mais acessíveis do que pagar o valor total do produto em uma só vez, o chamado “valor a vista”.
Ainda relacionado ao famoso verbo que nos faz gastar tanto, comprar, eu me acostumei a comprar coisas que eu nem estava precisando. Você deve estar lhe perguntando por que eu comprei alguma coisa se eu não estava precisando. Eu respondo para você: Apenas comprei porque o tal produto estava na promoção, estava mais barato do que estaria normalmente.
Me acostumei a quando compro algo novo, logo fazer uso do mesmo. Nem que esse algo seja bem pequeno, um lápis, uma peça de roupa, um calçado, etc. Eu me acostumei a estrear logo o novo produto que eu adquiri.
Eu me acostumei a tirar somente notas boas, notas altas na escola. Mas isso me prejudicou muito, pois quando tiro uma nota baixa, tenho uma grande decepção comigo mesma, e isso não é bom e não faz bem. Hoje, me acostumei a tirar notas razoáveis, suficientes para passar de ano. Então, refaço a minha primeira frase deste parágrafo: “Eu me acostumei a tirar notas boas” pois esse não é o estado atual na minha vida.
Eu me acostumei a não escrever mais a mão, como eu era obrigada a fazer antes de chegar a máquina que substituiria essa simples ação: o computador. Com a sua chegada, poucas pessoas ainda escrevem a mão, tudo agora é digitado e tudo agora é exigido digitado. Além de ser mais fácil, digitar no computador é mais rápido também. Ele é uma ótima saída para aqueles que não têm uma letra um tanto legível para que possa ser compreendida.
Me acostumei a enquanto a chuva cai, ouvir o seu barulho e assistir um bom filme comendo pipoca. Mas por que eu não estou tomando um banho na chuva? Será porque eu vou pegar um resfriado, ficar doente e me molhar, ou será porque eu me acostumei a fazer outra coisa ao invés disso, que eu ache melhor para mim? Não seria melhor brincar um pouco na chuva e tomar um banho nela, aproveitar um pouco? São coisas que nos acostumamos. Pense bem no que você se acostuma, pois os costumes têm muita influência em nossa vida.
Eu também me acostumei a aceitar quando alguém não quer, de modo algum, ser meu amigo. Na maioria das vezes em que isso acontece, eu me pergunto se fiz algo de ruim para tal pessoa, mas quase sempre chego à conclusão de que não fiz nada e fico sem saber o motivo de ela não querer ser minha amiga. Gostaria muito que essa pessoa viesse conversar comigo e me dissesse por que não gosta de mim. Eu gostaria de ser amiga de todo mundo ou, pelo menos, ser amiga de quem eu gostaria de ter uma amizade, mas há pouco tempo eu acabei de perceber que isso nunca será possível, não tenho o poder de fazer alguém gostar de mim e  tornar-se meu amigo.
Eu me acostumei a ser um ser humano. Um ser humano que sente dores, que se machuca, que ama, que aprecia, que sabe argumentar quando é preciso, que sofre injustiças e que é, muitas vezes, desprezada. Eu me acostumei a me esforçar e trabalhar para ganhar o que quero. Enfim, me acostumei a fazer tudo o que um ser humano está acostumado a fazer.
Eu me acostumei a, depois de contar o meu segredo para alguém, dizer:
“Agora me conte o seu segredo!”
 
 
 
                                                                                           
 
 
 


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Na Mocitec 2011





Durante os dias 13, 14 e 15 de setembro deste ano ocorreu a V Mocitec, uma Mostra de Ciências e Tecnologia (s) de Charqueadas. O nosso IFSul Campus Venâncio Aires teve sua primeira participação na feira, e eu, como sendo umas das estudantes do campus, gostei muito da experiência de participar em uma feira como a Mocitec.
Nós recebemos até uma camiseta da feira, muito bonita por sinal. Nós nos reunimos em grupos de três alunos para levar e expor algum projeto na feira. Eu e mais duas colegas optamos por levar um projeto de matemática. O nosso projeto abordou vários temas: Curiosidades, História e Jogos Matemáticos (este era o título do nosso trabalho). Confeccionamos um tangram, porque esse jogo ajuda no reconhecimento de figuras geométricas, por exemplo, e mostramos várias figuras muito interessantes que podem ser montadas com as 7 peças do tangram.
Confeccionamos, também, uma maquete, sobre o atentado às Torres Gêmeas. Fizemos isso, porque isso encaixava-se nas curiosidades que nós apresentamos às pessoas que iam visitar o nosso stand na feira (tínhamos até um próprio stand!). Algumas dessas curiosidades são:
• As duas torres, lado a lado, formavam um gigante número 11;
• O total de mortos nos dois aviões é de 254. 2 + 5 + 4 = 11;
• New York City tem 11 letras e é o 11º estado dos Estados Unidos;


Também falamos sobre a civilização romana: ela utilizava muito o arco como artifício em sua engenharia e nas obras. Por que? Porque além de poupar material, ao colocar uma pedra no centro, ele distribuía o peso igualmente aos dois lados. Também pesquisamos sobre Fibonacci e sua sequência.


O nosso objetivo com este projeto era fazer com que as pessoas vejam a matemática com outros olhos. Pois a maioria das pessoas vêem a matemática como apenas cálculos e números, mas a matemática é muito mais do que isso. A matemática é a nossa vida. Ela está presente em nossa vida em tudo.
Gostei muito de participar da Mocitec 2011, e não quero perder nenhuma próxima edição sua.
Quero agradecer a todos os meus professores, em especial os professores orientadores do projeto, também quero agradecer as minhas colegas e ao campus Charqueadas, que nos recepcionou muito bem.
Obrigada!!!






Referência das Curiosidades: www.rodolfo-morais.com/.../coincidencias-com-o-11-e-o-a
Referência da Imagem: www2.charqueadas.ifsul.edu.br

sexta-feira, 17 de junho de 2011

DISCUTINDO O PORTUGUÊS ATRAVÉS DO LIVRO DIDÁTICO


Há algumas semanas atrás, os brasileiros que estavam fazendo os seus afazeres normalmente, foram obrigados a pará-los para assistir uma reportagem que o Jornal Nacional, um dos programas de maior audiência da televisão brasileira, estava prestes a colocar na mídia, em sua manchete do dia 13 de maio deste ano:
“Preste atenção à esta frase: ‘Os livro mais interessante estão emprestado’, para um livro de português, distribuído pelo Ministério da Educação (MEC), você pode falar assim. Mas deve ter cuidado para não sofrer preconceito linguístico. O Jornal Nacional mostra a polêmica.”
Você, como a maioria das pessoas, deve ter pensado horrores da educação brasileira ao terminar de assistir essa reportagem. A imprensa fez críticas muito graves ao livro tão comentado, de nome “Por uma Vida Melhor” tendo como uma das autoras Heloisa Ramos, dizendo que este livro “ensina errado”, o que foi uma conclusão extremamente precipitada da imprensa em relação ao livro didático.
Como é que eles podem criticar algo que eles nem buscaram conhecer?
Este é um fato que algumas vezes, ou muitas vezes, ocorre com a imprensa. Para que possamos julgar determinado tema, é preciso ter, no mínino, o devido conhecimento sobre o assunto em questão. Quem normalmente tem esse conhecimento são os linguístas, pessoas aptas para analisar nossa língua e suas variações, não qualquer pessoa que queira opinar sobre o assunto.
Evidenciando a norma culta, a imprensa se mostra desinformada sobre as variações linguísticas e a adequação, parecem até não serem brasileiros, pois o brasileiro deve ter consciência de que há variações em nossa língua, variações que devem ser respeitadas e incluídas na língua, temas que vêm sendo abordados pelos professores nas aulas de Língua Portuguesa.
O nosso idioma é bem diversificado, ou seja, varia em alguns aspectos de acordo com a região. Isso não é ruim, ao contrário, é uma riqueza extraordinária que a nossa língua tem, pois cada região tem uma história, logo, cada uma tem sua cultura. O que não quer dizer que em um estado as pessoas falam certo e em outro falam errado, de modo algum. Muitas vezes, a cultura adota expressões de cada região. Essas expressões não fazem parte da língua padrão – lembrando que variam de acordo com o local onde surgem -, porém não podem ser excluídas da Língua Portuguesa.
Outro fato que gerou polêmica, foi o de podermos falar de um modo informal, um modo que falamos em certas situações que não precisam de formalidades. Falar, casualmente, “os livro” não estaria errado. O importante é saber escrever, e também, não esquecendo da gramática, considerando que é fundamental usá-la em provas, vestibulares, relatórios, avaliações, etc., mas ela não é a parte da língua mais importante, aquela que deve ser seguida ao pé da letra. Uma frase do autor Luís Fernando Veríssimo, no texto “O gigôlo das palavras”, é verdadeira em relação à gramática: ‘... a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro’.
Há momentos adequados para todo tipo de linguagem, seja formal ou informal, basta saber o momento adequado para se utilizar cada uma delas. Em uma conversa com os amigos, por exemplo, você irá usar uma linguagem formal? E em uma entrevista de emprego você irá falar da mesma maneira que você fala com os seus amigos, ou em sua própria casa? Acredito que a resposta seja não. Nos dois casos acima você irá utilizar diferentes formas de falar, com os amigos você usará uma linguagem mais informal, já em uma entrevista de emprego, sua linguagem deverá ser mais formal.
Seria correto, então, dizer que o livro de Heloísa Ramos, ensina falar português errado? Não. A maioria das pessoas teve uma interpretação muito equivocada em relação ao livro e aos autores. Por que? Porque essas pessoas que falaram e criticaram o livro, leram uma ou duas páginas dele, e há uma frase que se encaixa muito bem no perfil destas pessoas: Pior do que não ler nada é ler apenas um pouco. Foi o que aconteceu com elas, leram apenas algumas frases das páginas iniciais do livro e depois saíram pela mídia a fora criticando o livro de português. Essas pessoas que questionaram e criticaram o MEC (Ministério da Educação e Cultura) por ter aprovado este livro, se dizem “Doutores da Educação”, mas na verdade não entendem nada, só entendem de gramática. Elas não convivem e não conhecem na prática a realidade cultural do nosso país. Não estão, portanto, aptos a falar e dar a sua opinião sobre assuntos que não conhecem, como as variações que a nossa língua apresenta.
As frases que geraram toda essa polêmica estão na página 14 do livro “Por uma Vida Melhor”. Uma delas é a seguinte:
“Os livro mais interessante estão emprestado.”
Na mesma página está a explicação dos autores, o que não foi levado em consideração por essas pessoas que o criticaram:
“Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural. A língua portuguesa admite esta construção.”
O que é verdade, pois a maioria das pessoas, em suas residências, fala assim, como: “Me alcança os dois livro”, “As pessoa estão doente”, entre muitas outras coisas que falamos sem usar a concordância correta. Ninguém fala “A pessoas estão doente” ou “Me alcança o dois livros”, é como diz a explicação dos autores (acima), nós colocamos a palavra ‘os’ no plural, a palavra à esquerda da frase, não a palavra depois da que indica o plural. E quanto ao autores dizerem que ‘a língua portuguesa admite essa construção’, eles querem dizer que existem as variações que devem ser aceitas, pois também fazem parte da nossa língua.
Mas há uma frase que os autores poderiam ter estruturado melhor, à uma pergunta que está na página 15 do livro didático:
“Mas eu posso falar ‘os livro’?”
Sendo como resposta a frase que eles poderiam ter estruturado melhor:
“Claro que pode.
Dependendo da situação, a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico.”
Os autores do livro poderiam ter dito “Você pode, mas dependendo da situação a pessoa corre o risco de sofrer preconceito linguístico.” Não ter colocado no livro “Claro que pode.”, pois parece que é algo irônico, muito simples, o que não é.
É muito interessante o que Heloisa Ramos diz em entrevista ao Jornal Nacional:
“Heloisa Ramos diz que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela ideia de uso adequado e inadequado da língua, uso que varia conforme a situação. Ela afirma que não se aprende o português culto decorando regras ou procurando o significado de palavras no dicionário.”
Essas sim, são palavras de uma pessoa que entende do assunto, que é capacitada para poder criticar, elogiar, opinar, sobre tudo que acontece com a nossa língua (Heloisa Ramos).
Para defender uma coisa não é preciso eliminar a outra. É preciso compreender cada uma, visando evitar o preconceito linguístico e ao mesmo tempo ajudar as pessoas a entender o nosso idioma e alguns de seus padrões.
Todos são brasileiros, todos falam português. Porém, ainda há um certo preconceito diante das variações, fato que os linguístas tentam combater.
Precisamos entender que não há apenas uma forma certa de falar, temos que entender que há variações, variações que enriquecem a nossa língua, sendo, então, muito importantes para nós, brasileiros.
(Fonte da imagem: psolsp.org.br)




FIM